Vai, vai, que não consigo ver mais a tua cara sem saber que é minha. É demasiado doloroso sentir a barreira impenetrável que nos separa, não passamos da pele, de material biológico que se há-de degradar no solo ou na chama, luminescência final de uma existência. Vai, porque quero esquecer o sabor dos teus lábios, quero esquecer o calor da tua mão na minha numa tarde fria de Outono. Passa ao meu lado, sinto a tua presença, o movimento lento de um segundo só, segundo infinito. Esvoaçam as ilusões, cai o cenário - o conteúdo exposto nos bastidores, o caos que emerge com uma simples vibração. Vai, corre.
Chega.
Não partas de mim, não partas...
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