Eram duas pessoas, um rapaz e uma rapariga, sentados no meio do deserto, com apenas uma corda a ligá-los, atada ao pulso direito de cada um. Encontravam-se a cerca de um metro e meio um do outro; porém, não tinham noção desta ligação, nem sequer da existência um do outro. Havia uma multidão de espectadores a observá-los, facto que eles desconheciam, uma vez que estavam ambos de olhos vendados.
Poucos minutos haviam passado quando começaram a reparar na respiração um do outro, nas oscilações da corda e, com um pouco de medo, foram-se aproximando, até as suas mãos se tocarem. Houve um pequeno suspiro de alívio, ambos perceberam que partilhavam estas bizarras circunstâncias. A companhia da rapariga parecia reconfortar o rapaz, que reuniu forças suficientes para se levantar. Este começou a andar; não fazia a menor ideia para onde se dirigia, mas sabia que tinha de tentar. Todavia, a rapariga fazia questão de permanecer sentada, receava o desconhecido.
O rapaz parou, sussurrou um pequeno grande "Confia em mim". Com um pouco de relutância, ela levantou-se. Seguiu a corda até sentir os dedos dele, onde se agarrou firmemente, como se a sua vida dependesse daquele toque.
Voltaram então a caminhar. Ninguém falava, mas todos os olhos estavam focados naquele par. Dirigiam-se para um precipício.
Ligeiramente impulsivo, o rapaz não media os seus passos, não hesitava. E assim, após uns metros, num piscar de olhos, estava pendurado pela corda que o ligava à sua companheira. As dores dele cresciam, todo o seu peso concentrado no pulso direito. Parou de tentar subir, mas não aceitava o fim. Ela esforçava-se por puxá-lo, tirá-lo daquela situação. Todo o seu trabalho parecia inútil.
Mas, desta vez, um membro do público não aguentou mais, e correu para ajudá-los. Uma vez em terra firme, foram retiradas as vendas e a corda, mas o laço manteve-se.
E o resto do mundo manteve-se indiferente, nada os perturbava, nada os agitava. O resto do mundo continuou cego.
Poucos minutos haviam passado quando começaram a reparar na respiração um do outro, nas oscilações da corda e, com um pouco de medo, foram-se aproximando, até as suas mãos se tocarem. Houve um pequeno suspiro de alívio, ambos perceberam que partilhavam estas bizarras circunstâncias. A companhia da rapariga parecia reconfortar o rapaz, que reuniu forças suficientes para se levantar. Este começou a andar; não fazia a menor ideia para onde se dirigia, mas sabia que tinha de tentar. Todavia, a rapariga fazia questão de permanecer sentada, receava o desconhecido.
O rapaz parou, sussurrou um pequeno grande "Confia em mim". Com um pouco de relutância, ela levantou-se. Seguiu a corda até sentir os dedos dele, onde se agarrou firmemente, como se a sua vida dependesse daquele toque.
Voltaram então a caminhar. Ninguém falava, mas todos os olhos estavam focados naquele par. Dirigiam-se para um precipício.
Ligeiramente impulsivo, o rapaz não media os seus passos, não hesitava. E assim, após uns metros, num piscar de olhos, estava pendurado pela corda que o ligava à sua companheira. As dores dele cresciam, todo o seu peso concentrado no pulso direito. Parou de tentar subir, mas não aceitava o fim. Ela esforçava-se por puxá-lo, tirá-lo daquela situação. Todo o seu trabalho parecia inútil.
Mas, desta vez, um membro do público não aguentou mais, e correu para ajudá-los. Uma vez em terra firme, foram retiradas as vendas e a corda, mas o laço manteve-se.
E o resto do mundo manteve-se indiferente, nada os perturbava, nada os agitava. O resto do mundo continuou cego.
"Love's strange, so real in the dark"
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