Que necessidade de esconder a verdade, que amor é este nas nossas mãos? É dor, é dor contínua e inevitável - quero-te até à exaustão, quero-te até ao meu último suspiro.
Digo-me que vai tudo valer a pena, eu sei que vai, e que venha o tudo. Todas as dores de cabeça, todos os vómitos, todo o frio ou calor que se sente quando estamos longe. Sente a dor, sente a morte a aproximar-se. Sei que é inevitável. Chega de esconder, chega de fugir, de mentir, este amor tem um fim que não é nosso, é da vida e das partidas que ela prega.
Digo-te que aguento mais uma semana, mais uma noite de todas as que ainda faltam nestes anos, mas sei que não posso garantir nada. Fiz asneira, uma, duas, três vezes; sabes que o cérebro pára de contar inconscientemente após o cinco? Devem ter sido tantas as vezes que falhei, qualquer tipo de contagem que houvesse desvaneceu na escuridão. Sabes que não me mantenho, que não me prendo neste canto, que quero quebrar as correntes e ser livre. Sabes que invejo quem vai, quem parte para o infinito, desconhecendo as possibilidades tenebrosas da vida. Sabes que tenho medo.
Portanto falha, magoa-me, deixa o sangue correr com as lágrimas.
Quero estar em paz.
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