quarta-feira, 7 de julho de 2010

Isto não é uma confissão de amor.

Os textos lamechas de amor estão sobrevalorizados. Não afirmo que as palavras não tenham significado - têm-no, e muito, nunca concordei com o uso e gasto inútil destas - mas sim que a utilização de determinadas expressões, nomeadamente metáforas e comparações, relativas a amor, se tornou cliché, previsível.
Há quem diga por dizer, há quem retire toda a emoção de uma palavra apenas por não saber o que esta realmente representa; por utilizá-la na ocasião errada, à falta de melhor; por querer transmitir algo que não sente e deixar alguém a seus pés, no seu controlo.
Porque sim, as palavras controlam, enganam, traiem; são reles nas mentiras e, no entanto, são maravilhosas, no modo como permitem atingir o pico da comunicação e demonstrar o que os gestos já não conseguem. Causar mal-entendidos e esclarecê-los, dar liberdade e mostrar revolta, espalhar ódio e pedir compaixão...
Podia dizer centenas, milhares de palavras para tentar explicar o que sinto por ti. Digo apenas, com todo o significado que sabes que dou, que damos a estas:

Amo-te.

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