Será ridículo sentir-me afectada por situações que não estão relacionadas comigo? Ver a dor mascarada de outros, saber o esforço que colocam nesse disfarce, nesse sorriso, nessa mão, e entendê-lo tão bem como se a mim tais pertencessem. E notar que o mundo continua, na ignorância de que alguém perdeu o rumo, de que alguém se perdeu na sua mera insignificância de existência com um fim — não propósito. Alguém como tu e eu. Já me passou pela cabeça a ideia de que poderiam estar erradas, todas as fundações deste problema, mas não há nada correcto, apenas ideal ou aceitável, para quem aceita. E nem para os cínicos, cépticos de qualquer divagação dos limites infinitos do universo, estar errado invalida a mágoa. Então, será absurdo vê-la num olhar e perder o brilho, a emoção de estar eufórica, intoxicada pela arte naïve da adolescência?
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