quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Desliga, acende, desperta.

"Who put the mess in your head?
Filtering the sense of all you could've said...
"

Perdi-me, perdi-o, perco tudo na procura de algo maior.
Faço isto e aquilo, faço o que sou. Mas não sou nada.
Sou o fundo de um lago gelado - não há vida, não há cor. Cinza-azulado, quase monocromático, dois opostos, duas faltas de cor e os tons entre médios. Sou uma manhã de nevoeiro, a minha cabeça rodopia no clima intenso de submissão. Roda, gira, pára. Conto de crianças; voltemos aos sons primitivos, a linguagem é sobrevalorizada.
Agora com um pouco mais de energia, respiro antes de começar, frustração mental. Cerro os olhos e deixo-me levar pelo contágio da experiência extra-corporal ou sensorial... Os sentidos desligam-se, acendem-se as luzes da mente, comecemos a viagem pelos carris sólidos. As estações são desconhecidas, Não quero saber, acelera. É o êxtase da corrida, a paixão da jornada, prazer por prazer.
Estavam lá pessoas; eu vi-as, ninguém parou por elas. Ignora as luzes. Esta é a droga do sentir, de viver, de experimentar sem mover, movimento imaginário e surreal. Não espero compreensão. O método relaxa: esfrego as mãos nos olhos e contemplo o alcance do olhar interior. Visões, visões, Diz-me o que deves, espelho; quebro o teu vidro por um dia melhor. Jazes em pedaços de arestas afiadas, toque peculiar de tom sádico. Resta apenas a moldura de ti, os reflexos desfeitos partem também a minha imagem. Este vestido foi sujo, conspurcado, tudo em mim é sujo. Para além.
Gira, vira, dedos frios e o seu toque na minha face; Não sou eu, quem vejo? Uma bailarina - que dramático - uma silhueta gentil e assombrada, Tira-me a dor.
Essa madeixa de cabelo solta, esse perfume delicado e os movimentos graciosos.
Perdoa-me.
Falhei.

(Está na hora de despertar.)

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